Em quase todas as
histórias infantis há um lobo mau. O personagem ruim, vil, que faz asneiras,
que causa enganos, que faz estragos e atrapalha é sempre o lobo mau. Mas havia
um pequenino que, apesar de gostar de ouvir a mãe contar histórias todas as
noites, antes de adormecer, tinha um pedido especial quando o enredo chegava ao
lobo mau.
"Mamã, por
favor não digas lobo mau que me faz ter pesadelos durante a noite", pedia
ele. Então a mãe sugeriu que lhe chamassem lobo bom, mas o menino achou que isso
seria um exagero. Afinal o bicho peludo não era nada simpático. Depois de
pensarem bem no assunto acordaram em passar a tratar o lobo mau por lobo chato.
Um lobo tão
chato, tão chato, tão chato que a Capuchinho, só para não ter que o ouvir,
acabou por se enganar no caminho para casa da avó.
Um lobo tão
chato, tão chato, tão chato que conseguiu levar os três porquinhos a
juntarem-se à lareira em casa do porquinho mais velho a contar anedotas para se
abstraírem daquele barulho que vinha lá de fora.
Um lobo tão
chato, tão chato, tão chato que os sete cabritinhos resolveram enfiar-se na sua
barriga porque era o único sítio onde não o conseguiam ouvir.
E assim foram
contadas histórias noite após noite, até um dia o menino aprender a ler e a
deixar de ter medo de lobos maus. Pode ser que este ano até vá ao Monstra!
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