Nestes dias
quentes de Verão não se ouve outra coisa, noite e dia, é a cigarra que faz a
festa. Hoje fui à procura delas, apesar do barulho denunciar a sua localização,
é difícil encontrá-las. Primeiro porque se calam quando sentem a nossa
presença, segundo, porque são demasiado parecidas com os ramos em que pousam.
Mas consegui este registo, prova superada!
Fiquei com alguma
curiosidade em relação a estes bicharocos tão barulhentos e investiguei um
pouco. Alimentam-se da seiva das árvores e é o macho que canta para atrair a
fêmea usando um compartimento interno da barriga. O som que produzem pode
chegar aos 120 decibéis, o mesmo que provoca a descolagem de um avião a jacto. Na
fêmea a barriga carrega os ovos. Assim que põem os ovos morrem. Os ovos eclodem
e os pequenos rebentos caem no chão, a partir daí têm que cavar túneis para
encontrar as raízes e depois subir pelas árvores, neste processo sofrem uma
metamorfose, a ecdise (processo de crescimento onde ocorre muda do exoesqueleto
por um novo), tornam-se adultas e prontas para o acasalamento, e começa tudo
outra vez.
Afinal não é uma
vida fácil como dizia La Fontaine.
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