quarta-feira, 3 de agosto de 2016

um novo mundo, uma nova casa

Sob o lema 'um novo mundo' os Jogos Olímpicos de Verão 2016 têm início a 5 de Agosto, no Rio de Janeiro, Brasil, mas as minhas olimpíadas começaram dois meses antes em Lisboa. Não se trata de um novo mundo, mas de uma nova casa e o que é uma casa senão o nosso pequeno mundo.
Das 28 modalidades olímpicas consegui atingir os mínimos para apenas três. A primeira foi a corrida. Uma corrida contra o tempo para conseguir esvaziar uma casa e entregar a chave em menos de duas semanas. Esta corrida acabou por me tornar campeã noutras duas modalidades, o levantamento de peso e a ginástica artística. Baixar caixas e caixas de tralha e outros bens preciosos, móveis e electrodomésticos do primeiro andar sem elevador para a seguir as levantar até ao segundo andar, ainda sem elevador, enrijece os músculos e obriga a contorcionismos dignos de nota máxima. Pelo meio fica a gincana pelo centro da cidade, mas essa utilizou meios mecânicos e não faz parte das disciplinas olímpicas.
Apesar de não ter qualquer tradição ou queda para o desporto, a não ser esta quase inevitável mudança de domicílio que já vai na quinta edição desde 2000, curiosamente o mesmo número de olimpíadas de Verão que ocorreram entre 2000 e 2016 (Sidney, Atenas, Pequim, Londres, Rio de Janeiro - Seixal, Santarém, Casével, Lisboa, Lisboa), aprecio o esforço e a perseverança dos atletas que se preparam durante anos a fio para aquele momento decisivo que lhes trará a glória ou o esquecimento.
Sem medalhas, mas com as mudanças terminadas, por agora, não vou deixar que a flacidez se instale. Li algures que só o facto de ver fazer exercício físico já nos ajuda a queimar calorias, por isso, a partir da primeira semana de Agosto, a sala vai transformar-se num ginásio e o sofá será o aparelho que me vai ajudar a perder uns quilinhos e a ganhar massa muscular.